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            A peça “Proibido Crianças” narra a história de um grupo de crianças que, ao descobrir que suas casas deram lugar a um shopping e que todas as crianças da cidade deverão agora viver em uma instituição educacional, se rebelam e fogem, buscando um lugar onde possam continuar a ser crianças. 
    A ideia para esta peça surgiu nos anos de 2014 e 2015, durante o projeto “Não consta no Mapa”, contemplado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro, que o Coletivo desenvolveu dentro de ocupações por moradia na cidade de São Paulo. Durante o projeto, o grupo teve uma grande convivência com crianças moradoras das ocupações. Mais especificamente, na ocupação São João, 588, onde o grupo desenvolveu a maior parte do projeto, um grupo grande de crianças participou de oficinas de Teatro do Oprimido desenvolvidas pelo grupo. A partir dessa experiência, muitas questões foram sendo trazidas por essas crianças, e uma delas se destacava: a cidade não é um espaço para crianças. Elas são indesejadas, excluídas, sendo consideradas apenas um problema a ser resolvido e não parte ativa da vida desta cidade. 
    Desde essa época o Coletivo Território B tem vontade de realizar um trabalho voltado especificamente para o público de crianças, pois essa presença sempre foi muito marcante em nosso trabalho, principalmente porque trabalhamos com teatro de rua e em espaços alternativos, onde há sempre a presença de muitas crianças, mesmo em trabalhos para o público adulto. 
    Assim, em 2017 o grupo criou colaborativamente o texto “Proibido Crianças”, levando em consideração toda essa experiência adquirida e realizando ensaios em praças e ruas – como já costumava fazer – e assim experimentando  essa dramaturgia diretamente com o público. 
    Durante o ano de 2018 realizamos a montagem da peça, que estreou em julho no SESC Interlagos.  

          A proposta da montagem segue a estética já desenvolvida pelo grupo, onde o teatro está num limite bem próximo ao da intervenção urbana. Ou seja, prezamos menos pelo caráter espetacular da peça, e mais pela relação. Apesar de utilizarmos diversos recursos - a música é um elemento muito presente no trabalho do grupo, mas além disso utilizamos também recursos de narração de histórias, entre outros - tudo ocorre num espaço muito horizontal de relação, onde o público nunca é deixado num lugar passivo. 
    Toda a estrutura dramatúrgica propõe uma montagem onde o público tem uma participação determinante. Diversas cenas são jogos e brincadeiras onde algumas crianças são convidadas a participar, outras são jogos com toda a plateia. 
    A ideia é fazer com que o conteúdo da peça também se apresente pela forma, ou seja: trazer as próprias crianças para protagonizar a peça, tirando-as do lugar contemplativo de público e colocando-as no centro da ação.   

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Proibido Crianças

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